quarta-feira, 13 de abril de 2011

POR QUE TUDO ISSO, SENHOR???


Diante da covardia e brutalidade desse jovem que assassinou 12 alunos da Escola Municipal Tasso de Oliveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, surgem argumentos, discursos e questionamentos contundentes a respeito da violência, insanidade, segurança pública e até do posicionamento divino diante da tragédia.
E é sobre o “posicionamento” de Deus que quero, rapidamente, discorrer.  Sempre haverá um cético para jogar na face de um cristão esse aparente silêncio ou “descaso” do Criador em relação às Suas criaturas. Onde estava Deus? Por que Ele permitiu isso ou aquilo? Cadê o poder? Deus desistiu desse planeta? Ou não existe?
Não é minha intenção encher este espaço de argumentos teológicos a respeito do assunto ou colocar-me como defensor de Deus. Afinal de contas Ele não precisa de minha defesa e eu não saberia como fazer isso com eficiência.
A Bíblia, no entanto, é muito clara ao afirmar que estamos envolvidos dentro de um conflito cósmico entre o bem e o mal. Deus x Satanás. A disputa é pela mente e o futuro eterno do ser humano. Usando a estratégia do engano e da mentira, usurpou do primeiro casal o domínio deste Planeta.  Porém, no principal embate, no Gólgota, o Criador o derrotou com as armas do amor estendidas sobre o madeiro da cruz. Pagou com o próprio sangue o resgate do mundo seqüestrado. O homem não mais precisaria morrer eternamente. A dívida estava quitada. O caráter do inimigo amplamente revelado ao Universo.
Porém, dentro do cronograma divino do tempo (que não O limita), aguarda-se o desfecho do grande conflito. Para breve. Enquanto isso, o inimigo do bem (covarde como é), impossibilitado de atingir a quem mais odeia, ataca impiedosamente às criaturas mais caras ao coração do Criador. Usa diferentes situações para causar dor, sofrimento, tragédia e revolta. Inclusive, intencionalmente, jogar a humanidade contra Deus.
Deus, meu querido internauta, não está alheio a tudo isso. Não retira Sua proteção. Não é e nunca foi o causador do mal. Por vezes, em sua sabedoria e onisciência, permite algumas tragédias e sofrimentos que são inexplicáveis ou incompreensíveis para nossa mente humana. São os “porquês” sem resposta ou explicações plausíveis. Por enquanto, apenas. Um dia compreenderemos e aceitaremos tudo plenamente.
Quando Jesus agonizava no Getsêmani e depois na cruz, o Pai acompanhava com atenção e sofrimento o Filho amado. Saiba disso: quando a mais humilde das criaturas de Deus é afetada pela dor há o imediato interesse do Céu em prestar auxílio.  É certo que nessa última etapa do conflito cósmico Ele não prometeu nenhum mar de rosas. “No mundo passais por aflição, mas tende bom ânimo…” (João 16:33).  Empenhou, por isso, a própria palavra de que estaria ao nosso lado, “todos os dias, até o fim” (Mateus 28:20).
Somente quem passa pelo vale da aflição e da sombra da morte, sabe mensurar exatamente o tamanho da dor e da tragédia. José Pereira, autor do livro “Por que, Senhor?” (Casa Publicadora Brasileira), conversava com alguém sobre esses questionamentos e os porquês do sofrimento. Pereira contou que só foi entender plenamente o amor de Deus quando se tornou pai. O interlocutor, porém, o surpreendeu com as seguintes palavras: “Eu compreendi melhor o amor de Deus quando perdi minha filha”. A menina, de 10 anos, fora vítima de afogamento.
Tudo o que estou escrevendo pode parecer irreal, inaceitável, incompreensível ou simplista demais para você. Creia, porém.  Mesmo que você não possa ver nada a frente. Mesmo que você não possa entender, creia. “Sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo…” (Romanos 5:3-5).
E, para encerrar, a garantia do que Paulo, um grande sofredor, deixou escrito em I Coríntios 10:13, “não vos sobreveio tentação [ou provação]que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados [provados] além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação [provação], vos proverá livramento, de sorte a possais suportar”.


AMILTON MENEZES

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